Rebeldia contra mim mesma

 Acho que já cheguei no meu limite. Cansou brincar de Deus e julgar as pessoas, suas ações, sua atitudes, e tentar diferenciar o certo do errado. O que antes se resumia a um ponto escuro coçando no canto da minha consciência agora tem se tornado uma grande e incomoda dor.

 Pensar tá ficando um tanto difícil, e complicado de controlar. Queria partir para um novo plano, onde tudo é pleno. Experimentar uma dormência mental, e a falta de tudo de juízo. Em puro estado de vegetação, eu deixaria minha alma descansar. Algum sossego.

 Eu mereço não? Um descanso consciente. A calmaria não deveria vir só no sono, quando vem. Quando vem um monstro dos mares distantes assombrar uma mente enevoada e projetar frias sombras.

 A mente não deveria ser um campo de força, que ricocheteia minhas dúvidas e as parte ao meio. As tornando numerosas, e traiçoeiras. Deveria ser minha amiga, e não trair minha confiança. Acho que ninguém deveria fazer as perguntas aqui. Pelo menos, não mais.

 Vamos amadurecer querida, podemos nos dar as mãos. Agora, chega de perguntas, se você não vai respondê-las claramente para mim, tudo bem? Eu aceito o que for, sem questionar. Eu juro que está doendo.

Julgar.

Criar opinião.

Discutir.

 O politicamente correto está me matando. Eu quando eu virar uma caçadora, eu serei calculista. Dúvidas serão eliminadas, estejam elas respondidas ou não. Eu tenho que por na cabeça, que esse negócio de responder as perguntas do mundo - que estão respondidas, mas que eu não entendo - não está dando pra alguém que possui uma mente tão confusa.

 Eu queria voar livre sem o peso das dúvidas, queria já ter decido o meu rumo. Mas a cada esquina que eu viro eu me deparo com uma interrogação grande, fria e firme.

* Texto feito originalmente para o blog Querida Ramone