Meu livro clichê (sério)


Esse é o primeiro capitúlo do meu "livro", que eu estou escrevendo com a minha amiga. A gente ainda está no sexto capitulo, mas um dia chegamos lá. Bem, clichê por que é sobre vampiros. E espero que ninguém leia com preconceito (haha). Escolhi o capitulo meio que aleatóriamente, e antes desse capitulo tem algo como um Epílogo. Ainda não tem nome, nós escrevemos ele desde o segundo semestre de 2009 e ainda não o terminamos.
Eu pretendo publica-lo num futuro próximo, não sei quanto a Thais. E se voltarmos a escreve-lo, talvez vamos começar a posta-lo frequentemente na comunidade do blog no Orkut.
 Espero que gostem (mas se não gostarem eu realmente entendo, não sou nenhuma J.K Rowlling nem nada assim) me digam o que acham!



Capitulo I -
 D
a janela do quarto eu observava as nuvens se formando vagarosamente sobre aquela cidadezinha insignificante. Enquanto o sol ainda brilhava sob a fonte de água no jardim espaçoso da mansão. Mas não por muito tempo, aos poucos a floresta que envolvia a mansão num circulo perfeito se agitava de acordo com o vento denunciando a costumeira chuva que procede a ventania.
 Uma bola de futebol veio em minha direção, e teria estraçalhado a vidraça da janela aberta se por puro reflexo não a tivesse agarrado no ar. Comprimi até todo ar que havia ali se esvair. O veneno queimou, eu podia sentir a cada bombear do sangue contaminado. Olhei para baixo a procura das pestes responsáveis, estavam perto do portão, à expressão de traquinagem e de assombro estampadas no rosto enquanto corriam. Automaticamente minhas pernas subiram o parapeito da janela e minhas presas afiadas se revelaram. Não era o tipo de coisa que costumava me irritar, mas naquele dia, um simples alterar de voz seria suficiente.
- São apenas crianças Anne. - Me virei rapidamente, pulando de volta. Sra. Williamson me encarava calmamente. Um vestido extravagante de um tom de azul profundo, até certo ponto vulgar, pendia em suas mãos sugestivamente.                                                                                                                                     
 Puxei as cortinas grossas e escuras, cobrindo a janela. Me sentei em no parapeito largo e coloquei os dedos nas têmporas, já antecipando a discussão.
- Anne é uma tradição milenar... - Ela comentou parecendo chateada com minha reação. E eu adoraria dizer que não estava ligando à mínima. Mas eu não disse, só pensei. Esse era o meu problema, me privar a pensamentos e não simplesmente pronuncia-los em voz alta.
- Dane-se a tradição, eu não sou banco de sangue. - cuspi rispidamente. Não sei por que, mas eu adorei a sensação de dizer aquilo, havia treinado a semana toda para pronunciar aquelas palavras a Sra. Willianson e havia saído mais perfeito que eu imaginava. - Ninguém me toca ninguém me usa.
 Essa última parte me pareceu extremamente profunda.
- Quem usa o que? - Trouble perguntou entrando no quarto. Era incrível sua capacidade de se intrometer nos momentos mais delicados. Talvez fosse algum instinto real.
Sra. Williamson lhe lançou um olhar critico. Estava estampado eu seus olhos a aversão a Trouble. Alias como sempre esteve.
- Onde estão seus modos garota? - perguntou ríspida. Era evidente sua vontade de enxota-la dali, mas não seria um ato sábio levando em conta que Trouble é da realeza.
- Sinto muito senhora. Devo os ter esquecido na cama - Trouble respondeu balançando seus espessos cílios loiros enquanto piscava.
Me contorci tentando  abafar uma risada. Sra. Williamson a ignorou e continuou dirigindo a palavra a mim.
- Pelo menos use o vestido Anne, não é pedir muito...
- Sra. Willianson, por que não me deixa convencê-la? Conversa de jovens, entende? - Trouble interrompeu de novo - Por que você não vai cuidar do... Bufe? - acrescentou tomando o vestido de suas mãos e a guiando para fora do quarto.
Sra. Williamson suspirou, me lançou um último olhar e saiu do quarto batendo a porta.
- Obrigada - comentei aliviada.
- De nada - Trouble respondeu estendendo o vestido sobre seu corpo delgado na frente do grande espelho que ficava na parede externa do closet. - Se importa se eu experimentar?
- Não, fique a vontade... - antes que terminasse minha concessão Trouble já se contorcia com o vestido já pela cintura.
O vestido lambia suas curvas de modelo. Eu tentei me imaginar vestida com aquilo. Minhas curvas bem mais acentuadas que as de Trouble com seu corpo magro, o tornaria tão vulgar quanto aparecer de Lingerie provocante em público. Balancei a cabeça, em um sinal que demonstrava enojamento.
-Pode ficar com ele, nunca usaria alguma coisa assim - Falei enquanto me jogava na cama, sobre alguns papeis que na verdade eu deveria estar lendo.
- Boa decisão. Ele com certeza fica melhor em mim. - Ela respondeu, eu simplesmente revirei os olhos. Trouble tinha um ego centenas de vezes maior que o meu. E eu não sei até que ponto aquilo seria um problema.
- Você ao menos vai aparecer? - ela perguntou enquanto se livrava do vestido, e já se enfiava em seu short justo.

- Acho que não. Não há nada que me interesse lá. – O desdém era obvio na minha voz, mas muito ao contrário de Sra.Willianson, Trouble parecia achar graça.
- Tem certeza? O príncipe vai estar lá - Ela acrescentou se juntando a mim na cama. A encarei, ela tentava manter a expressão séria, mas eu podia a ver explodindo de rir por dentro, eu havia aprendido a ler aqueles olhos, e era o mesmo que ler sua mente.
- Esse é o motivo principal. Já vão estar lá quase duzentas garotas morrendo de vontade de serem usadas. Uma a menos não vai fazer diferença. – E, pela primeira vez eu estava falando a verdade em relação aos meus motivos.
- Não se for a mais bonita de todas – Ela cantarolou se jogando sobre os cotovelos apoiados na cama, e piscando descaradamente para mim.
- Vá se danar Trouble! - Gritei a empurrando. Eu era do tipo que não media minha hostilidade. Nem com as amigas. Ou melhor, com a amiga. _ Você não é tão sexy sem seus cílios postiços...
- Eu vou estar te esperando – Trouble seguiu em direção à porta e antes que eu tivesse a chance de dizer algo, mas ainda a ouvi gargalhar a dizer algo como ”Oh, descobriu meu ponto fraco.”.
 Do que ela estava falando? Dos cílios? Por que isso nem era tão ruim, afinal, ela tinha cutucado meu ponto fraco. Ou ferida.
 Encarei o espaço onde antes ela ocupava, com ódio. Apesar de tudo ela sabia que eu não podia recusar. Por aquela vez, e por outras é claro, mas principalmente por essa, por essa razão. Por esse motivo.
Há quase 11 anos. Na época em que Manetto havia acabado de viajar, e as outras garotas não me deixavam em paz. Como nunca deixaram, com ou sem Manetto, sem Manetto as coisas na verdade só tomavam uma intensidade maior. E a cada dia tudo só piorava. Os insultos, as provocações. Até que finalmente elas tocaram na ferida. A ferida que ainda estava exposta, que exalava dúvidas sem respostas, sentimentos vagos, incompreensão e ódio.
- Por que você não vira uma meretriz de sangue como sua mãe? Assim você vai poder ficar com o rei para sempre!  - O pior não era escutar aquilo, era não ter certeza.
Eu me lembro de estar perto do bosque quando elas gritaram isso. Lembro da minha visão se tornando rubra como sangue fresco derramado de um inocente. Eu não podia me controlar, era muito mais forte que eu. Era um sentimento que eu não fazia questão de domar, elas mereciam senti-lo como eu, eu só não garantia que fosse do mesmo ângulo. Os dentes rangiam, minhas unhas estavam praticamente cravadas na palma da mão, ódio causando tremedeira, lágrimas que transbordavam por dentro, foi naquele dia que tenho a certeza de que cheguei o mais perto do sentimento de um assassino com bons motivo. Eu queria mais que tudo, naquele momento, causar terror aqueles seres tão insignificantes e com atos tão mesquinhos, e mesmo que eu quisesse evitar me conformei de que eu partilhava da mesma maldade que elas. Sendo, que a minha era justificável, elas estavam sendo garotas más me massacrando com palavras, meu massacre só partiria para um outro grau. Um que as marcaria do mesmo jeito, como elas me marcaram. Que as fariam se arrepender, como eu me arrependi de já não ter tomado aquela decisão, que as ensinariam a medir seus atos como me ensinaram a lidar com aquele tipo de pessoa. E antes que pudesse pensar em tomar outra decisão, mais sensata hoje injusta naquele dia o pescoço de uma daquelas três conheceu a minha ira. Antes, as unhas que marcaram minha carne se enroscavam em seu pescoço, minha outra mão livre havia virado uma máquina de socar. Eram golpes sujos, como o rosto golpeado, golpes baixos, como o caráter do rosto golpeado. E era ótimo fazer aquilo.
 Senti braços pressionando meus ombros, encarei aquela cena e aquilo me causou uma certa confusão. O que parecia apenas pressão sobre meus ombros, eram braços desesperados de uma vadia loira tentando me arrancar de cima de um corpo ensanguentado. Ela parecia estar fazendo um esforço sobre seus próprios limites. Acatei aquilo como um convite, quando mãos que vinham debaixo agarraram meus cabelos. Agarrei toda aquela cabeleira loira enquanto erguia a outra do chão, seus olhos ainda emanavam o mesmo ódio de quando me apunhalava com frases duras, mas também tinha o tal terror de que eu havia falado. Não houve minuto de decisão, minhas mãos se moveram num encontro violento, com choque. Dois corpos caíram sem vida no chão. Não parei para admirar o meu feito, eu havia feito duas cabeças se chocarem, como se eu quisesse fundi-las, não era o que eu chamaria de uma bela visão.
 Senti dessa vez uma verdadeira força me arrancar de cima daquela garota, não era uma simples pressão. Foi um movimento brusco, mas sem desespero. Aquelas mãos que haviam me arrastado não pareciam ansiosas por poupar vidas.
Leslie Cordelia Lorenzo.
Membro de uma das três grandes famílias. Membro da realeza. Naquele momento, um motivo aparente para uma sentença de morte, a qual a cabeça a rolar seria a minha.
- Acho que o show acabou. - Leslie falou rispidamente.
 Parei encarando minhas mãos. Não devo descreve-las, aquele dia havia sido macabro, cheio de horror, sentimentos que alimentavam meu coração escuro, frio e de pedra. Mas o arrependimento ainda não havia voltado. E nem a ânsia de partir mais um crânio. A outra, do trio, parecia uma estátua. Daquelas que agradariam a sadistas, maníacos ou o que seja. A expressão mais horrível que eu já havia visto. Com um terror autentico, com o silencio que havia seguido, eu podia ouvir seu coração batendo bem fraco. Não havia acelerado, havia ficado lento. E por um momento fiquei esperando que pudesse ver seus órgãos de tão sem cor que estava. Leslie havia a abraçado, curioso, e a acalmava.
- Está tudo bem agora. Suas amigas... – Ela parou para encarar o que havia eu havia feito – Não posso dizer que elas ficarão bem, por que não é verdade. Só acho que você deva ficar aqui. Quietinha. Não saia dai. Vai ser melhor para você.
 Sua voz doce era mais assustadora que se estivesse gritando. Ela parecia diabólica com aquela face angelical e sem demostrar preocupação desenfreada com o que havia ocorrido. Eu esperava talvez que ela começasse a berrar por ajuda, a chorar e a me ameaçar. Mas acho que emoção é para os fracos. Aquela garota era racional. Apesar que aquilo não mudava alguns fatos. Minha pele se arrepiou, até onde estava devidamente agasalhada. Algumas coisas começaram a fazer sentido, e agora eu queria abandonar aquela história de terror. Queria que fosse igual aos livros, que eu pudesse fecha-lo e escolher outro. Não estava arrependida, só havia começado a repensar nas consequências. Ou melhor, começar a pensar. Os resultados não haviam me interessado no momento dos meus atos, mas agora pareciam a base de tudo. Lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, eu queria uma mãe e um pai. Para que pudesse tomar decisões por mim, que pudessem me mandar fazer as coisas, e resolve-las para mim. Para que pudessem me colocar de castigo quando eu fizesse algo errado. E que me abraçassem. Mas aquilo era impossível, e agora eu estava sozinha. Como sempre estive, só que estar sozinha ganhou uma nova e mais intensa ênfase. Num mundo onde não há tolerância, e que eu acabava de virar uma ovelha negra em meio lobos famintos.
- Muito bem garota. Você realmente deve ser muito idiota. Se elas te perturbam, por que ficar sozinha por ai? - ela perguntou. Minhas testa se franziu lentamente, minhas engrenagens finalmente começaram a trabalhar, começaram a processar informações. E suas palavras pareciam sobrecarregar todo meu sistema, por que não havia entendido. E eu realmente tinha motivos.
Eu acho que foi ali que tudo começou.
 Como uma criatura poderia ficar indiferente ao que estava acontecendo. Não que ela tenha ficado, por que ela não parecia ser tão sem coração como eu.  Ela só não começou a me esganar e a falar que eu estava morta, e que iria contar tudo para a Manetto. Ela começou pela parte mais simples da história. A parte mais insignificante em meio a toda aquela torrente de acontecimentos.
 Eu contei tudo a ela, eu praticamente desabei de informações. Contei, sem deixar escapar cada detalhe. Até sobre meus sentimentos. Ela ouviu, tudo que eu tinha a dizer. E a garota continuou onde estava, ainda com o esboço do terror no rosto. Ela, que teria se tornado meu maior pesadelo se Leslie não houvesse me assegurado de que nada havia acontecido naquele dia. E dessa vez, suas palavras foram bem processadas. Me senti suja, mas não arrependida. Pelo menos tinha algo a zelar, a memória da minha mãe, e ela fosse o que fosse ninguém poderia ficar acusando-a de ser Meretriz, e muito menos me massacrar com isso. Trouble sumiu com os corpos. Eu tinha sensação de que toda aquela historia de terror daria uma trégua, mas não por muito tempo.
Aprendi que ela era, literalmente, a encrenca em pessoa. Bonita como só um nobre poderia ser, com seu corpo esguio, seus olhos de um tom de azul quase fluorescente e seu cabelo extremamente loiro que era mantido em um severo corte Chanel. E bem, ela sabia fazer uso disso. E isso somado seu humor sarcástico e explosivo mais sua posição alta na sociedade formavam uma mistura que quase sempre acabava em confusão. Dai o apelido.
Trouble.
Nos últimos quatro anos eu havia tirado ela de todo tipo de situação problemática. E seu apelido tinha se tornado seu nome. Mesmo assim, eu continuava em divida.

5 Não calaram a boca:

Cynthia Brito disse...

É sim, Raphaele.
E além do mais, as pessoas se baseiam muito no futuro, sem antes pensar no agora...

Virei aqui com mais calma para ler este primeiro capítulo (:

beijinhos **

MarieGomes disse...

Raphaele e Thais ROCKS!!1111 poder/

Raphaele C. disse...

shaushaushau', amiga loouca. hihihi'

Tihsa disse...

louca ²

Anônimo disse...

I'm back baaaby ;)

Hey me passa denovo seu livro depois, meu pc foi formatado e eu nem tinha lido ainda ):

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