...



 Eu digitei a primeira frase. Mas não estava bom o bastante. Então, me afastei da mesa, comprimi as têmporas e forcei tudo que estava ali sem forma a tomar rumo de letra. Eu continue a teclar incessantemente sem nunca reler o que ficava para trás, fiz assim por um bom tempo. Com o tempo foi se esvaziando, até não restar mais nada. Espremi até a última gota, que escorreu como suor. De maneira que demonstre o quanto foi árduo o percurso.

Me pus a pensar então, em como eu poderia dar um julgamento verdadeiro a aquilo que havia escrito, então eu simplesmente vi. Que poderia não estar completo, ou não fazer muito sentido a outros olhos, mas era um reflexo da minha alma, com todas as marcas muito bem talhadas pelo tempo.

 Sorrisos e mais sorrisos se formaram, a cada linha, cada palavra, um suspiro a cada vírgula. Era assim que eu me sentia? Eu havia me esquecido, outras preocupações havia encobrido alguns dos meus sentimentos. Se eu pudesse me abraçaria, então primeiramente cumprimentei de maneira muito afetiva minhas palavras, depois me enrosquei nas minhas lembranças num abraço doce, uma pitada de amargura. Era a saudade também nos envolvendo.

 Tudo tem uma textura meio xadrez, por que mistura. Uma mistura gostosa de se ver, não pesa e faz sentido. As mais escura guardam pensamentos sombrios, é claro, as mais claras se enchem de suavidade. É uma mente embaralhada, são palavras desconexas. Eu me sinto confusa.

Eu me sinto com os sentimentos ligados. 

Inspiração: Sapatos!


 Sapatos e o poder que eles exercem sobre nós, e que nós exercemos com eles! Nunca admiti aquele vicio comum das mulheres por sapatos, pelo contrário, achava normal. Mas ‘eles’ não acham. Por que? Para mim, minha necessidade era normal. Preciso dos sapatos certos, nas quantidades certas.

 Eles usam a mesma sandália em casa e na rua. Um sapato social. E um tennis. Só precisam disso. Nós temos o tênis, a sandália de ficar em casa, AS de sair, o de salto, a sapatilha, a se ir no shopping, ir pra praia, visitar a família, ir a um evento chic.

 Ankle boots, Peep Toe, Oxford, Espadrilha, Clog, sapatilha, rasteirinha, gladiadora, bota, coturno, tenis, mocassim, vans. Faltou algum? Com certeza! 










Coadjuvante



Talvez eu seja só coadjuvante de uma história principal. Talvez exista alguém na minha vida dono de uma historia mais emocionante.

 Foi o pensamento que me ocorreu, de repente, como um clarão. Sempre nos fazemos de achar que somos o principal, mas o principal de que? Sabe, que nem nos filmes? Tem sempre a história principal e emocionante, e as paralelas. Sem muita importância para o enredo principal.

 E se eu fizer parte dela? E se for assim, a minha historia, um complemento para algo mais grandioso. Ou talvez não. Talvez seja só aquela parte da historia que não aconteceu nada de interessante na historia. O mocinho com superpoderes ainda não chegou à cidade. Ou eu ainda não tenha sido mordida por um vampiro ou atingida por um raio.

 É talvez. Mas não quero me contentar como figurante. Vou dar um jeito de representar na minha historia algo mais substancial e importante. 

Nos olhos um reflexo do coração


A solução parece ter vindo no ímpeto do ato. Com medida certa de modéstia, a quantidade suficiente de sorrisos e o abraço quando necessário. Tentei me fazer distante, difícil te fazendo buscar nas situações mais loucas e indiferentes a prova de tal amor secreto.
 E não posso deixar que minha língua pecasse, não posso fingir, nem fugir. Eu sabia. Sempre sabemos, a não ser que seja muito bom nisso. O que geralmente não é. É quando se deixam levar por olhares calorosos, ou simplesmente pela frustação de serem ignorados. Já é dolorosamente tarde para voltar.
 Mas o que afirmo é que não é preciso um estudo á fundo dos seus olhos. A analise não dura mais de segundos.
Consigo ver o ciúme saltando pelas suas íris, seu olhar desviado ligeiro, o sobressalto de ter o sentimento revelado. Tão bobo, às vezes iludido. Desculpe, não consegue se conter. Desculpe, mas todos temos que admitir. Que sua paixão, quando ocorre, o que é muito raro é como todos aqueles corações que você um dia feriu. É difícil conseguir romper as fibras que envolvem seu coração, mas quando o conseguem, o que quase sempre ocorre involuntariamente, é para valer.
 Não pode nos culpar, temos que dobrar todas as barreiras, armar-nos de ironia, sarcasmo. Criar armadilhas, e minar todo o caminho até o nosso coração. Não podemos nos dar o luxo de tornar uma amizade um amor mutuo, quando sabemos que existe um coração que pulso por nós não podemos nos deixar levar. É quase como um ciclo sem fim.
 Eu posso ver em seus olhos, pode parecer confuso e repetitivo, mas não existe nada mais que entregue o que se passa na sua mente que seus olhos. Seu rosto, as expressões vincadas. Semblantes tão marcados de sentimentos que não se pode ignorar.
 Mas não se pode amar sem fazer estragos não é? Não se pode ser amado sem deixar estrados não é?

Sapatos são como o amor, aprenda a usá-los e não terá machucados quando tirá-los.


*Texto produzido originalmente para o blog Querida Ramone

Jogos Vorazes



Eu não sei se nem todos irão chegar a entender e concordar com o meu ponto de vista. Mas, quando eu leio um livro em que eu consigo me desprender do que me mostra à narrativa e desenvolver sentimentos alheios e independentes ao recorrer da história é por que o livro é consequentemente um dos melhores que eu já li. É quando a personagem te diz, mas não de maneira óbvia (Como: ‘Estou com ciúmes) como ela se sente, de maneira sutil, só narrando seus sentimentos e atitudes (Como: ‘Seus braços, que antes envolviam apenas a mim, se dividiam entre abraça-la e afagar seus cabelos. Senti um inchaço quente e que me causava náuseas subir pelo meu estomago, mas talvez o nó que envolvia meu coração tenho o impedido de se por para fora. Mirei mais uma vez o que Luke afirmava ser um gesto de amizade, e foquei nas letras a minha frente. Logo eu senti meus olhos arderem, e eu já não via mais nada de tão embaçado...”). Percebe? É obvio que quem narra está enciumado, e mesmo se não estivesse, se a historia estivesse num nível em que você já tivesse desenvolvido alguma ligação afetiva entre os dois personagens você sentiria ciúmes, mesmo que não a personagem.

 Talvez não você, mas pelo menos eu. E essa é uma dos critérios (apesar de ser inconsciente) que eu denomino para considerar um livro um dos melhores da minha vida.

 Isso tudo para antes ter um argumento para falar sobre ‘Jogos Vorazes’. E não pensei que fiz todo esse discurso e ‘tese’ de faculdade (ha-há) para dizer que ‘Jogos Vorazes’ não atendeu a todos esses aspectos.
É um dos melhores livros da minha vida. Definitivamente. Acreditem.

 Tudo isso que eu já tenho dito lá em cima se adequa a ele. Que me fez sentir, mesmo que os sentimentos da protagonista não se encaixassem no meu. Criar sentimentos independentes da história me enlouquece quem consegue escrever assim, me fascina.

 Admito, tomei a iniciativa de ler ‘Jogos Vorazes’ em razão de já estar na lista de ‘próximas’ modinhas, sempre tenho a infelicidade de ler algum livro quando já se encaminha a isso. Por isso agora minha fome de buscar por novos livros, que ainda não sejam tão prestigiados, mas que virão a ser. Acho importante, por que te proporciona criar uma visão real sem interferências das emoções e opiniões alheias.
 Não sou boa com resenhas, ainda mais de livros, em razão disso vou deixar com vocês resenhas feitas por leitores do skoob. Que sempre batem com a minha, e principalmente, me divertem. Continuar lendo.
Resenha – Jogos Vorazes 

Jogos Vorazes
Jogos Vorazes (Editora Rocco) é o meu livro predileto. Ponto. Acho que esse é um bom começo para essa resenha. Você sabe que um livro é especial quando você devora 400 páginas em menos de um dia e meio, quando – meses depois – você ainda pensa diariamente na história, ou quando você faz questão de relê-lo no instante em que ele é lançado no Brasil (eu já havia lido anteriormente a versão americana). Quando decidi conhecer o livro, depois de ouvir elogios dele pela internet, mal sabia o que estava prestes a encarar. E sou muito grato por isso. Assim, pouparei ao máximo os detalhes da trama nessa resenha. Você vai ter que, simplesmente, confiar em mim e descobrir sozinho o que essa obra tem para contar. [...]


Em chamas - Rsenha, livro 2 

Mockingjay - Resenha, livro 3

 Já li os três, incríveis. Foi o primeiro livro que chorei no final. E isso por que ele não é nem um pouco meloso. Mas mexeu imensuravelmente com as minhas emoções. Em em 2012 vem o filme, muito ansiosa!

 Beijos!

Que nota você daria para esse post de 1 a 5? Comente!


Aniversário de um ano do Calando a Boca


Um ano. Fez-se, se passou.

Como assim? Como? Como tem um ano que possuo um blog? Desculpe tempo, está se precipitando. Acho que a ampulheta que mede o tempo de nossas vidas está com a “cintura” mais larga.

 Mal posso ver o filme da minha vida passando sob meus olhos, parece tão... Raso, mas ao mesmo tempo tão substancial. Tão cheio de momentos, agonias, dúvidas, risos e pensamentos. O que há?

 Fazendo uma análise de um ano atrás eu percebo, a felicidade, a vontade de fazer desse espaço algo bom, muito bom foi se esvaindo, se desprendendo de mim e ficando pelo caminho. Mas agora, eu começo a traçar um caminho de volta, para num pulo estar lá na frente com tudo reconstruindo.

 Se auto avaliar é algo que eu considero saudável, bom para si mesmo. É bom para mim, mas triste ver que o nível foi de bom, para talvez ainda tenha esperanças. Tenho que admitir, minhas postagens antigas eram bem melhores! Vou tentar resgata-las!

 Bem hoje faz UM ANO que eu criei o Calando a Boca, mesmo que a primeira postagem esteja marcando dia 20.
 Obrigada, a cada um. A todos, que por mínimo tenho sido, tenham me dado algum crédito.

 Alguém tem algo em mente, algo legal para marcar esse dia? Talvez um texto de uma ‘leitora’? Sugestões?

Aqui tem o link para as minhas primeiras postagens,( Setembro, 2010 ) sejamos sinceros, eram bem melhores. Mas muita coisa mudou, e a coisa ‘linda’ de ser blogueira secou, deixando a mostra uma realidade mais dura. Tive equipe, escrevi alguns textos para blogs alheios, fiz amizades, faço parte de outras equipes. Mas hoje está marcado, que um novo blog renascerá.

Beijos. 

Wish list - Blusas

Estou precisando de um dia de compras só para blusas, sério! Meu guarda-roupa está pobre que só de blusas, por isso fiz uma Wish List, quem concorda?

Essas primeiras tem uma pegada mais Tumblr, mais gringa. A minha de maior desejo é a com uma cruz estampada. Depois a cravejada de pedrinhas em forma de caveira, linda não? E as outras, clássicas de bandas de rock. Estou amando camisetões e uma das minhas maiores influencias e inspirações é a Taylor Momsen e fotos do We Heart it.





Já essas são menos rebeldes, e mais menininhas, mulher. Flores! Não há peça que eu mais esteja amando que flores, estampa Liberty ou não. E renda, tem peça mais perfeita que renda? Eu não acho! Minhas inspirações para essas peças ficam para a blogueira Bruna Vieira e fotos do We Heart it!



Alguém tem sugestão de lojas online (e em conta) para comprar? Se sim, comenta ai!

Skyscraper

 Ao meio dia assistindo Acesso MTV, MariMoon fala do novo single da Demi. Skyscraper, o clipe começa a rodar. Mesmo não entendendo todo o significado das palavras a música me passava o total sentido: Superação.
 Não pude evitar, começou com um arrepio. Todo o tom pálido do clip, a melodia da música. E logo eu estava chorando. Eu sei que pode parecer bobo, alguns podem até rejeita-la por ser estrela da Disney. Mas a música me passou, não sei... Desde então passei a observar melhor a Demi. Acompanhar sua história, ler com atenção suas frases reblogadas no Tumblr.
 São poucas as músicas que me deixam assim, e essa foi uma.



Resenha: A hospedeira



 Quando eu começo ler a finco, eu tento manter. Como esse momento agora na minha vida, em que estou lendo sempre.
 Então, são tantos livros!
Mas vou tentar me organizar. Juro.
Vou começar com a Hospedeira. Eu sei que esse livro pode não ser novidade para muitos, mas mesmo assim!
Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam.

 Esqueça Crepúsculo, Breve vida de Bree Tunner. Apesar da maneira de escrever quase não variar muito você enfim se livra de todo o sentimentalismo acumulado de Stephanie Meyer. A Hospedeira é um livro de ficção, onde aliens invadem o planeta terra e nos ‘possuem’ com o intuito de fazer do lugar onde moramos, um planeta melhor. Sem os erros humanos. Onde eu acho que foi exatamente onde Stephanie começou a errar.
 É como se os alienígenas que tivessem vindo para cá seguissem a mesma linha de raciocínio do socialismo. Deixando esse lado politico de fora, como se entende que eles queriam transformar nosso mundo, num lugar melhor? Não é exatamente o lugar que sofre (vamos esquecer os desastres ambientais), sim nós Seres Humanos. Se eles nos possuem, o que já é de certa maneira brutal e vai totalmente contra a linha de raciocínio que eles acreditam piamente ser a correta, não seriamos nós mesmo. Então, não tem como explicar o que eles queriam transformar para melhor aqui. Não tem lógica. Se alguma coisa tinha que ser mudada era nossa mente, e não há força, e não nossos corpos serem tomados e passarem a ser controlados por alienígenas convencidos.
 Enfim, o livro começou de maneira muito lenta. Contanto detalhes da vida que ela levava na terra a qual eu não estava interessada, demorei um pouco para sair dos primeiros capítulos. Mas depois melhorou consideravelmente. Apesar de que Meyer enrola muito, há muita embromação. E acho que um pouco ridículo é toda sensibilidade que gira em torno dos aliens. Eles invadem ‘nossos’ corpos mas somos considerados maus e brutos ao tentar nos livrar deles. É como se qualquer tipo de ato violento deles fosse explicado e não pesasse tanto, fosse aceitável e eles fossem bonzinhos. Enquanto nós, ameaçados de extinção, tentando salvar a espécie éramos mostrados no livro como animais brutos, e encarados dessa maneira.
 Achei muito sem noção, e odiava terrivelmente todos os alienígenas. Fora que a Peregrina sempre ficava muito horrorizada com tudo, sempre eram muito violentos para ela, sempre ficava de chororo. Enfim, é um livro bom. Foge um pouco do que estamos acostumados. Mas a tentativa de critica de Meyer me irritou completamente.


Comunidade de livros: Skoob



 Eu sei que não tenho aparecido muito aqui depois das férias, espero tenham pelo menos sentido minha falta. Então, são os estudos, os livros, escrevendo, as redes sociais. Muitos impedimentos, mas admito que estou precisando regatar aquela minha responsabilidade anterior.
 Hoje vou falar sobre livros! Ultimamente ando me dedicando bastante a eles, depois faço resenhas. Nem vou nem começar a comentar.
 Esses dias atrás procurando por livros para baixar e outros para ler encontrei uma comunidade de livros na internet, o Skoob. Eu adorei a ideia, sinceramente. Vi naquilo uma maneira de organizar minha vida literária.
 Por que funciona assim: Você faz seu cadastro e então no seu espaço, na sua página na comunidade, tem uma estante online.
 E o melhor é que é tudo organizado. Você pode marcar um livro como Lido, lendo, vou ler, relendo e abandonei. Pode adiciona-los á sua meta de leitura, e ir relatando o histórico no site. Onde você coloca o tanto de páginas que leu, tem direito a dar uma nota (de 1 a 5) para o livro até onde leu, e fazer algum comentário. Logo o site faz a porcentagem do que você leu e do que falta. Ele ainda calcula o tanto de páginas que já leu.
 Você pode favoritar, marcar o livro como desejado, avaliar (em estrelas de 1 a 5), e fazer uma resenha. O que é ótimo. Por que sempre é divertido ler as resenhas, e elas geralmente são muito sinceras. Não importa se seja um livro muito respeitado, em geral, se as pessoas não gostaram elas sempre vão colocar na resenha. E não é um simples: “Ah, não gostei”. Tem argumento, elas dizem por que não. O que foi um dos fatos que me ajudou bastante a decidir se leio um livro ou não, apesar de que isso não me impede muito de ler um livro.
 Você ainda por marcar os livros como: Tenho, troco, emprestei. E os usuários podem fazer trocas entre si, o que é muito vantajoso! Por que se alguém tem algum livro em que você esteja interessada, e vice e versa vocês podem simplesmente troca-los entre si.
 Quando você entra na página de uma pessoa ele calcula automaticamente a compatibilidade com ela. Você pode adicionar livros, apesar de que sempre achei todos os livros que sempre procurei. O que é incrível.
 E ainda tem espeço para quadrinhos e revistas.
 Bom, são tantos recursos que não sei nem como organiza-los para mostrar á vocês! Só fazendo a conta.

 Então, quem já tem ou vai criar me adiciona lá!  Skoob

Beijos.

Auto-destruição necessária


É difícil manchar o branco com palavras que cheguem fazer algum sentido. Atormentador as palavras se fazerem de difíceis quando eu mais preciso que elas se formem. Nem as notas doces de uma música conseguem fazer fluir o que era para ser liquido e se transformou em uma rocha dolorosamente sólida.

Meu espaço livre acabou dando inicio a uma torrente de erros, um sistema em pane. A falha se tornou grosseira e brutal, estragos irreparáveis que abrem sulcos cada vez mais profundos. Cavando incessantemente dentro de mim, tentando alcançar algo a que estou totalmente alheia.

 Há algo dentro de mim me corroendo, algo que eu alimento a cada dia. Que tem se tornado maior que eu, se recusando a ir embora com um simples pedido. Me enfraquecendo, e quando eu já não puder mais lutar irá consumir aquilo que se transformou numa rocha para se livrar da insanidade, meu coração. Que sustenta toda minha essência, ainda intocada.

 E em todos esses anos, com aquela crosta espessa se formando em á minha volta eu já deveria saber, que tempos ruins viriam. Onde palavras doces representavam punhaladas, e as amargas queriam apenas me dar alguma amostra de realidade.

 Eu não tenho antidoto para combater aquilo que se alastra, e que me corrói. Eu deixei a mercê, e me tranquei sem me prevenir contra mim mesma. Não posso romper minhas próprias barreiras, minha casca se mantem intacta. Como se tudo ocorresse muito bem, ninguém vê, ninguém repara. E tudo desaba quando me percebo sozinha.

A distancia a ser vencida para que o controle sobre mim seja retomado é a de um abismo. Não posso oferecer um ataque justo para minha face intocada, seria muito doloroso, demorado, cansativo... É claustrofóbico e apavorante estar presa dentro de si mesma. Como um quarto escuro que recebe lampejos do que haveria para enxergar de bom lá fora.

E chega a hora em que tenho que deixar de lado o medo, e tomar coragem para destruir a mim mesma. Como uma implosão. Destruindo tudo que há em mim, varrendo pensamentos ruins, lembranças que doem, sentimentos esmagadores, experiências má sucedidas, lágrimas que nunca chegaram a rolar, palavras impedidas na garganta. Algumas coisas boas irão. Mas o meu melhor está a salvo.

É chegada a hora.

 E tudo foi aos ares. Com uma chuva de fogos vibrantes seguido de uma poeira dispersa de negatividade. Eu estava livre, a crosta envolvendo meu coração fora amolecida e o que havia melhor em mim corria pelas veias. O lápis deslizou pela folha branca, poemas foram escritos, músicas compostas.

Eu estava bem novamente.

 Ás vezes aquela proteção sólida e impenetrável que você alimenta em volta de si, bloqueando coisas boas de irem e chegarem, se trate apenas de uma proteção. Basta você torna-la algo bom ou ruim para si mesma.

 *Texto produzido originalmente para o blog Querida Ramone


 
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