Trazendo á tona: Segredos Marinhos

  Eu estava olhando as estastisticas do blog e vi que tinha algumas pessoas rondando o meu passado. Eu sou meio curiosa com as minhas coisas, entao comecei a ler alguams besteiras que tinha escrito há meses atrás. E trouxe algumas "á tona". E não se esqueçam de dizer o que acharam do texto, um comentário, por mais simples que seja pode afetar muitas outras postagens.

 O sol despontava ao leste nascendo. Minha embriaguez se resumia a horas de lágrimas salgadas banhando o meu rosto e da espuma branca do mar que vinha lambendo as pontas dos meus dedos. Meus pés sentiam o toque de maneira estranhamente curiosa para o meu consciente. Me sentia como uma criança, uma criança conhecendo o mundo, uma criança conhecendo pela primeira vez o gosto do seu próprio dedo. “Julie”, eu ouvi aquela sua mesma voz rouca, depois de cessados os passos. “Precisamos conversar.”

 Meus sentidos entraram em estado de dormência depois de ouvir aquela voz que um dia sussurrou frases e juras de amor ao pé do meu pescoço. Depois de ouvir aquela voz embargada de pura hipocrisia e falsos sentimentos, por que não me descartava pensar que no fundo era tudo motivo de zombaria. Sua boca se movimentava freneticamente, jorrando palavras e palavras.

 Zac pegou minhas mãos entre as suas, mas aquele toque não me causou nada além de nojo, que também foi reprimido. Eu deixei que ele pensasse que estava tudo bem, quer dizer tudo bem não estava e ele sabia, mas o fazer acreditar que estava superando aquele momento pareceu o mais certo a fazer. Mesmo sob meus protestos silenciosos.

 E então ele foi embora, intrigado por não ter ouvido o mais simples som escapar por entre os meus lábios, nem o simples fantasma de uma lágrima e muito menos o simples indicio de fraqueza.

 Ouvi o carro arrancar longe, um soluço escapou pela minha garganta violentamente, entregando  para o mar exatamente o que eu estava sentindo.

Pensamentos de Julie Sparks